Filmes que abordam o amor para assistir no dia dos namorados
O amor talvez seja o sentimento mais complexo que o ser humano é capaz de experienciar. Apesar disso, o amor é também um dos temas mais presentes na vida cotidiana, na literatura, nas artes visuais, na música e no cinema não seria diferente. Diversos filmes ao longo da história discorrem acerca do amor e nos apresentam histórias em que esse sentimento nos é transmitido e apresentado de maneiras diversas.
É notório que existem diversas formas de amar e diversos tipos de amor. Sendo o cinema tão plural quanto as possibilidades de amor, temos obras das mais díspares que exploram esse tema. Várias produções são calcadas nessa temática e filmes de todos os lugares do mundo, de todas as épocas do cinema, de todos as narrativas mais clássicas às mais experimentais trazem seus próprios modos de falar sobre o amor e o amar humano.
O humano é um ser apaixonado e apaixonante por natureza. As nossas relações mais profundas e verdadeiras envolvem esse sentimento que chamamos de amor. Mas esse mesmo sentimento também traz problemáticas complexas a serem exploradas em nossas vidas e que se refletem com bastante notoriedade nas artes. A linguagem humana apresenta uma facilidade notável em discutir o amor por ser um sentimento universal ao humano e o qual todos nós experimentamos, mesmo que de formas diversas. Assim, todos conseguimos imergir e simpatizar por histórias que apresentem uma trama de amor ou discutam essa sensação tão simples e ao mesmo tempo tão profundamente complexa. Essa relação paradoxal é ainda um dos pontos mais interessantes a serem abordados em discussões filosóficas, sociais e por quê não, artísticas.
Aqui abaixo nossa equipe trouxe 13 filmes que ficam como sugestão para esse dia dos namorados. São filmes diversos que refletem os gostos pessoais e as nossas próprias personalidades como amantes do cinema. Tem um pouco de tudo, então use a lista como um guia e procure aproveitá-la da melhor forma. Só lembrando que a lista não segue nenhuma ordem de preferência ou ranking. São apenas sugestões de filmes que consideramos interessantes acerca do assunto principal dessa mini-mostra.
(500) Dias com Ela (2009) Dir. Marc Webb
Um rapaz conhece uma moça que acabou de ser contratada no seu trabalho e logo é amor à primeira vista. O relacionamento, que começa como uma simples e cordial amizade, logo se transforma em amor e os dois desenvolvem uma linda relação de parceria e romance.
O que poderia ser mais clássico e clichê do que isso? Nada, não é mesmo? Exatamente. Esse filme se utiliza de uma fórmula clássica para brincar com seus conceitos e reescrever por si próprio algumas regras básicas dessas tramas. Mas se você se enganar com a obra, a culpa será sua porque o filme já adianta de início: “essa não é uma história de amor”.
Esse foi um filme que me surpreendeu bastante principalmente pela sua montagem que nos conduz por uma obra com ritmo contagiante, mesmo que quebrando alguns preceitos básicos do gênero. Na verdade, esse é um exercício de metalinguagem constante que brinca não só com o seu gênero, mas até mesmo com o próprio cinema. Uma obra realmente marcante para mim e que consegue transmitir seus conceitos de maneira perpsicaz e certeira. Ele consegue ao mesmo tempo ser e não ser exatamente o que esperamos de uma comédia romântica. Ele traz todos os elementos, mas mexe com as perspectivas do gênero e nos convida a repensar a clássica história com final feliz. Será que o amor sempre dá certo? Se você já viveu, sabe que não.
Nota:
Indicação: Gabriel Santana
O Céu de Suely (2006) Dir. Karim Aïnouz
Hermila está voltando de São Paulo para sua terra natal no Ceará com seu filho bebê à espera do seu marido, para que juntos possam montar seu negócio de venda de CDs piratas. Porém, o tempo passa e aos poucos o céu de Hermila vai desabando quando ela percebe que seu marido não vai acompanhá-la nesse retorno ao Nordeste. Dessa forma ela precisa procurar outros modos para sobreviver ou encontrar outro céu para sua vida, mesmo que isso implique em situações nem sempre agradáveis para ela.
O sentimento ardente que fez Hermila largar sua antiga vida, sua antiga casa e até sua família para se aventurar com seu amado parece não ter a força que ela imaginava a priori. Mesmo que seja claro ao espectador, essa realidade é difícil de ser assimilada por nossa protagonista. Às vezes o amor nos faz esperar, confiar e até sofrer por algo sem sentido, mas que em nossas mentes serve como combustível da nossa própria força motriz. É como se aquilo fizesse parte de quem somos, quando na verdade é algo doloroso que nos carrega por um processo de luto complexo até finalmente nos vermos abertos a novas descobertas e novas experiências que o próprio amor pode nos proporcionar.
Nota:
Indicação: Gabriel Santana
Retrato de uma Jovem em Chamas (2019) Dir. Céline Sciamma
Acompanhamos Marianne, uma pintora que é convidada para fazer um retrato de uma moça numa localidade longínqua em algum momento durante a renascença francesa. O tal retrato serve como pretexto para um iminente casamento arranjado pela mãe da noiva. O significado inerente a esse retrato aparentemente simples e o seu contexto de criação são os pontos que vão conectar Marianne a sua musa de maneira inesperada. O que no começo parecia ser só mais um trabalho para Marianne, exige dela uma profunda reflexão moral e pessoal sobre a sua criação e a coloca no cerne de um relacionamento intangível.
Intimista e poético, esse é um filme que apresenta uma trama de amor de forma sensível e bastante tocante. A experiência pode ser confusa, a primeira vista, mas assim que conseguimos nos conectar ao contexto daquele mundo, conseguimos nos sentir imersos profundamente nos sentimentos das suas protagonistas. A abordagem do amor aqui enfrenta uma sociedade ainda fechada para as reais dimensões, diversidade e amplitude desse sentimento e por isso escolhas difíceis precisam ser tomadas. Nem sempre a concretização desse amor pode ser alcançada, mesmo que ele sirva de combustível para manter acesas as chamas nas memórias.
Nota:
Indicação: Gabriel Santana
Simplesmente Acontece (2014) Dir. Christian Ditter
Alex e Rosie são melhores amigos desde a infância, mas quando a vida apresenta circunstâncias inesperadas para ambos, eles precisam se afastar. Após diversas idas e vindas, a amizade se torna amor, mas os empecilhos e dircordâncias criam barreiras entre os dois. De repente o amor se torna rancor e os dois seguem caminhos separados. Mesmo assim, o laço que os une é mais forte do que a distância e as circunstâncias problemáticas.
Essa é uma história que apresenta o tempo como principal moderador do amor. Por mais que conte com uma narrativa extremamente convencional e uma trama muitas vezes previsível, o filme ainda consegue ser tocante a seu modo. Mesmo como um clássico filme de comédia romântica, a obra apresenta uma discussão interessante sobre as intempéries de um relacionamento, por mais que duradouro, que custa a se encaixar e estabelecer harmonia. Conhecer alguém vai muito além de viver juntos. A empatia precisa ir além, seja numa relação cordial ou romântica. Apesar de não ser um filme exatamente culto ou complexo na sua linguagem ou narrativa, ao menos ele consegue ser marcante e memorável.
Nota:
Indicação: Linaldo Fernandes
As Canções (2011) Dir. Eduardo Coutinho
Se até aqui tivemos filmes que expunham o amor em sua forma romântica, tendo como linguagem uma perspectiva ficcional clássica do cinema, dessa vez temos um documentário brasileiro que apresenta uma abordagem diferente sobre o tema. O renomado documentarista brasileiro Eduardo Coutinho traz nessa obra um diálogo com pessoas comuns que contam suas histórias de vida relembrando canções clássicas da música nacional e o impacto delas em suas trajetórias.
Com uma perspicácia única, Coutinho nos apresenta um documentário que faz as pessoas se abrirem, contarem seus segredos, suas paixões, seus medos e suas vivências. Os amores não recíprocos, os amores consumados, as paixões que ficaram pelos caminhos da vida estão envoltos em histórias de vida costuradas por músicas marcantes para aquelas pessoas, que tem a total liberdade de narrar a sua perspectiva única como protagosnista da sua existência.
Nota:
Indicação: Sophia Oliveira
Amor, Sublime Amor (1961) Dir. Jerome Robbins e Robert Wise
A narrativa parece ser de uma simples e clássica história de amor proibido entre um casal de lados opostos. A disputa nesse caso é de imigrantes porto-riquenhos e americanos numa Nova Iorque do século passado. A narrativa deixa claro como a disputa entre a gang dos “Sharks” e dos “Jets” é algo irracional, uma vez que ambos são praticamente iguais. Os dois lados lutam pelo controle de uma região que está sendo destruída e no meio dessa guerra surge o romance que carrega essa trama.
Aqui temos o clássico amor impossível que enfrenta os limites da rivalidade entre lados opostos e conflitantes. No clássico musical que já teve até um remake recente em 2021, temos uma trama envolvente e principalmente uma obra ciente da suas potencialidades ao utilizar a música como base da sua estrutura narrativa. Sem sombra de dúvidas, um dos musicais mais clássicos do cinema e que conta com uma história tão certeira que nem sendo recontada foi esgotada, como podemos perceber no seu gêmeo espiritual mais recente, Amor, Sublime Amor.
Nota:
Indicação: Sophia Oliveira
Pequena Miss Sunshine (2006) Dir. Jonathan Dayton e Valerie Faris
A pequena Olive descobre que se classificou para o concurso de “Pequena Miss Sunshine” e isso mobiliza toda a sua descordenada família para se unir ao redor do sonho da pequena. A conturbada relação entre os integrantes familiares é deixada de lado para que o objetivo da garotinha Olive seja alcançado, demonstrando que os laços de amor podem estar acima de quaisquer discordâncias e problemas menores. Quando se há sentimento verdadeiro, é possível superar as barreiras para se alcançar o improvável.
Pequena Miss Sunshine é um road movie que tem a clássica jornada física em correlação à jornada de psicológica de descoberta, aceitação e aprendizado proporcionado pela convivência nem sempre desejável entre os integrantes da tripulação familiar. O crescimento pessoal dessa família está justaposto ao decorrer da longa estrada que todos precisam percorrer. É um exercício de empatia e autoentendimento que guarda um desenrolar tocante, surpreendente e inspirador.
Nota:
Indicação: Sophia Oliveira
Eu Sou um Cyborg, e Daí? (2006) Dir. Park Chan-wook
Internada em um hospital psiquiátrico, uma jovem que acredita ser um ciborgue se isola do mundo. Lá, conhece um paciente excêntrico que começa a se aproximar dela. Juntos, constroem uma relação inusitada e delicada, cheia de fantasia, ternura e humanidade.
Esse filme aborda o amor de uma forma excêntrica como um todo e apresenta uma trama não convencional para discutir os sentimentos, o discernimento e psiquê humana.
Nota:
Indicação: Gessica Lima
A Bride for Rip Van Winkle (2016) Dir. Shunji Iwai
Uma jovem tímida e solitária recorre a um misterioso agente para ajudá-la a organizar seu casamento. Aos poucos, ela mergulha em uma teia de relações fabricadas e identidades falsas, embarcando numa jornada melancólica em busca de pertencimento e afeto em um mundo cada vez mais artificial.
Esse é um filme delicado, melancólico e multifacetado que fala, acima de tudo, sobre solidão, identidade e conexões humanas — e é nesse ponto que o amor entra, não de forma romântica convencional, mas de maneira mais ampla e existencial. O amor aparece como uma possibilidade de redenção e cura, mesmo em suas formas mais frágeis e incomuns.
Nota:
Indicação: Gessica Lima
Red Aninsri; Or, Tiptoeing on the Still Trembling Berlin Wall (2020) Dir. Ratchapoom Boonbunchachoke
Ang, uma trabalhadora sexual transgênero com uma voz bonita e feminina, recebe uma missão especial como espiã disfarçada. Ela se disfarça de homem cisgênero para iniciar um relacionamento romântico com Jit, um estudante ativista beligerante, porém idealista, com uma voz maligna.
Nota:
Indicação: Gessica Lima
AS PONTES DE MADISON (1995) DIR. CLINT EASTWOOD
Nesse filme dirigido por Clint Eastwood, nós vemos Francesca, uma mulher casada que, ao sua família viajar para fora da pequena cidade, acaba conhecendo um fotógrafo chamado Robert e que mais tarde descobre o amor novamente.
Um filme sobre o amor de almas gêmeas que se conheceram tarde demais, sobre um amor tão rápido e tão forte que faria com que os dois mudassem as próprias vidas para viverem juntos, mas que se conhecerem no tempo errado. Apesar da aparente melancolia, o filme circunda esse sentimento durante toda a sua duração e faz o espectador acreditar nele independente de tempo e espaço.
Nota:
Indicação: Luciano Vieira
THE WATERMELON WOMAN (1996) DIR. CHERYL DUNYE
Em uma obra quase autoficcional, acompanhamos a Cheryl, aqui interpretada pela diretora Cheryl Dunye, em uma jornada para fazer um filme sobre uma atriz negra dos anos 30, mas também, na sua própria jornada pessoal para se tornar uma diretora e também uma pessoa melhor.
Apesar do amor ser um tema com menos destaque na trama, ele aqui ainda é apresentado de forma mais crua e menos idealizada. Aqui o amor também vai ser tratado de forma como algo que nos cega das coisas ao nosso redor. Uma ótima pedida pra quem vai passar esse dia enquanto solteiro e quer acreditar que sozinho vai ser melhor do que mal acompanhado.
Nota:
Indicação: Luciano Vieira
P.S. UM BEIJO (1976) DIR. AMIN STEPPLE
Esse curta brasileiro é um filme de romance epistolar que vai contar a história de um casal que está marcando para ir ao cinema para fazer um encontro. Um filme pra te deixar com coração quentinho e pra aproveitar o amor no mais simples dos gestos.
Nota:
Indicação: Luciano Vieira
Aproveite não só agora, mas todo o tempo possível ao lado de pessoas que você ama e lembre-se de demonstrar esse amor, mesmo que do seu próprio jeito, pois, como pudemos perceber com as nossas indicações dessa seleção, o amor pode se apresentar de formas extremamente díspares a depender da situação, pessoa, lugar, idade e quaisquer outras peculiaridades da nossa tão complexa, tênue e fugaz vida humana.

Confira essa lista de filmes no Letterboxd:

























Deixe um comentário