Eu realmente achei que quando assistisse esse filme novamente eu daria uma nota menor do que a primeira que eu dei, até porque na minha crítica eu mencionei que estava sendo muito generoso de dar 3 estrelas para esse filme. Mas revendo tive algumas novas sensações e um apreço um pouco maior devido, principalmente, à minha nova experiência. Ressalto sempre que minhas notas são pela minha experiência com o filme e não necessariamente somente pela sua qualidade.
Reassistindo esse filme sem a novidade do primeiro encontro, confesso que consegui enxergar mais beleza e principalmente me divertir mais. Na primeira vez que vi eu consegui sim me entreter com boa parte das piadas, mas dessa vez parece que eu me soltei ainda mais a rir com os novos causos de Chicó e João Grilo. Revendo pude perceber que dessa vez, ao menos para mim, é Chicó que comanda o humor, espaço que antes era encabeçado pelo Grilo mais famoso do sertão.
Não vou negar que o filme é mesmo inconstante, tanto em seu humor, quanto em suas escolhas narrativas. Os personagens novos são realmente bem menos cativantes que os que nós já conhecemos, mas não chegam exatamente a estragar a experiência. Só que dessa vez eu consegui me envolver emocionalmente ainda mais do que antes com a dupla principal e se da primeira vez a nostalgia tinha me feito apenas me emocionar de leve, dessa vez parece que o filme tocou mais fundo no meu coração. Não posso negar que foi emocionante ver o cinema lotado para rever aqueles personagens tão marcantes da cultura brasileira demonstrando uma das relações de amizade mais puras do cinema nacional. Confesso que dessa vez uma certa cena me arrepiou, por mais que não seja nem de longe algo que nós já não tivessemos visto antes.
Tirando o fato que eu não nego em relação ao apreço aos detalhes técnicos que realmente deixaram a desejar, consegui perceber sim um significativo cuidado da direção em relação a memória que temos com o filme original. Eu li em algum lugar que essa aqui era uma sequência que não está no mesmo patamar, mas também não desonra a obra clássica. Dessa vez eu vou ter que concordar com isso. Não quero bancar o cão arrependido, porque ainda estão lá sim todos os problemas que eu ressaltei melhor na minha crítica, mas sendo bem sincero, é uma obra gostosinha, não só por rever nossos personagens mais queridos, mas também por nos contar de novo a mesma história que nós já gostamos.
Se por um lado realmente pode ser repetitivo, em alguns momentos, – alguns vários momentos – por outro temos uma atualizada naquele universo que em boa parte das circunstâncias cai bem, mesmo que outras coisinhas destoem um pouco. As canções e a trilha sonora que já haviam me pegado um pouco, se sobressaíram melhor aqui nessa nova assistida também. Enfim, meu olhar foi um pouco mais generoso dessa vez. Mesmo afirmando que eu não tinha grandes expectativas, acho que eu tive sim uma certa rejeição em mexer com um clássico como esse, sendo ele um dos meus filmes preferidos de todos os tempos. Mas agora, consigo notar mais beleza nessa sequência, mesmo que muito abaixo do original, acredito que ela cumpra muito bem o papel que se propõe.
Assistir isso com o cinema lotado, ao lado dos meus pais, com todo mundo gargalhando a cada novo causo de Chicó e a cada nova trapalhada de João Grilo me fizeram rever com outros olhos toda a minha opinião sobre a obra. Ressalto que não o livra de suas falhas, mas me proporcionou uma nova e melhor experiência essa segunda assistida.
Nota do autor:
Gabriel Santana
| Título Original | O Auto da Compadecida 2 |
| Lançamento | 2024 |
| País de Origem | Brasil |
| Distribuidora | H2O Films |
| Duração | 1h44m |
| Direção | Guel Arraes, Flávia Lacerda |
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