Esse era um filme que eu já queria ver faz tempo. Aí um certo dia eu estava aqui passando e decidi assisti-lo. Me diga pra quê? Se todo mundo que falou desse filme pra mim o elogiou tanto, minhas expectativas estavam bastante altas, logicamente. Mas isso fez com que minha decepção fosse tão grande quanto. Tentarei discorrer a respeito dos meus entendimentos sobre a obra, já adiantando que eu não achei ela lá essas coisas todas não, mas enfim.
Falar pra vocês que eu vou descrever aqui o que eu acho que eu entendi da história, mas vamos lá. Um homem que estava preso numa cela durante anos finalmente é solto misteriosamente. Na tentativa de fugir dos seus algozes, acaba encontrando uma moça pela qual ele desenvolve uma química inexplicável e juntos eles vão atrás de respostas para os mistérios que cercam a vida passada do homem misterioso que, para piorar, sofre com problemas de memória e identidade.
Vou ter que confessar que a primeira parte do filme me causou uma boa impressão. O ato de apresentação estava me parecendo interessante. O mistério a respeito do que estava acontecendo me manteve bem preso e imerso no filme. A lógica dos acontecimentos e até a maneira como o protagonista lidava com os problemas eram coisas notáveis. O problema é que isso durou muito pouco. Pra começar que antes disso tudo que eu falei temos um prólogo que eu realmente não entendi nada. Mas isso eu até relevo. O ponto é que as alucinações do roteiro começam logo quanto o protagonista consegue sair do cativeiro.
Primeiramente temos aqui um personagem que eu realmente não gostei nem um pouco. Não fui com a cara dele. Sendo ele o nosso representante em tela, logo minha empatia já começou a ser testada. Segundo é que a lógica interna dos acontecimentos parecia tão artificial – para falar a verdade até é, mas só assistindo o filme para entender – que isso me causava a todo momento um estranhamento incomum. O grande problema nisso tudo é que a explicação para esses “furos” é tão desanimadora e simplória que isso só me afastou mais ainda na parte final da obra. Mas logo comentarei a respeito.
A relação de afeto do protagonista com a moça recém conhecida é um exemplo de uma das coisas que me pareceram muito esquisitas. Na verdade, todos os personagens aqui tem relacionamentos entre si que são muito inexplicáveis. A maneira como as interações acontecem e como a trama anda são muito burocráticas, como já citei anteriormente. Na verdade, o filme poderia até desenvolver uma trama de mistério investigativa que facilmente poderia me cativar, já que esse é um gênero que eu gosto muito, mas o que aconteceu foi exatamente o contrário. A obra foi, a cada passo e a cada nova descoberta, afastando aos poucos o meu interesse geral.
E o que falar daquela sequência final? Aliás, primeiramente o que falar do vilão que temos aqui? Quando tudo finalmente se explica a minha reação foi de incredulidade. Mas não pelas respostas que o filme dá, mas pela forma como o roteiro subestima o seu espectador. Parece loucura achar que alguém planejaria a vida toda, cada segundo do seu futuro apenas como forma de provar para si mesmo que fez o correto. Na verdade, até daria para entender se esse aqui fosse um filme de super-herói, mas de outro modo, não me ganhou. Além do mais é que incrível como tudo dá milimetricamente certo e convenhamos, que maneira extremamente prática ele conseguiu desenvolver para alcançar seu objetivo. Enfim, não consigo aceitar tudo isso até agora. Meu sentimento no final disso tudo é de que eu fui enganado.
Para falar que não tem nada de bom por aqui, o clima do filme é realmente condizente e algumas cenas de ação isoladas são muito marcantes e realmente bem realizadas. Aliás, a maneira como o filme é explícito e gráfico ajuda um pouco nessa questão. Porém, voltando aos meus questionamentos, a filosofia que o filme tenta vender me pareceu tão frágil. Assim como seu clímax foi tão murcho para mim. Parece que ele está sendo tão impactante quanto Se7ven, mas sem antes criar toda uma narrativa que sustentasse a reviravolta. Sinto que para a maioria das pessoas é justamente isso que aconteceu. O impacto final funcionou igual ao outro filme que citei, mas para mim, preciso admitir, não chegou nem perto de me tocar, quem dirá impactar.
A palavra que ficou no final da experiência para mim foi “chatão”. Eu até salvei ela no meu documento de rascunhos para não esquecer na hora que fosse escrever minha crítica. Por mais intrincada que seja a trama e por mais que a reviravolta seja impactante, para mim não passou apenas de uma história alucinada, forçada e bastante burocrática que não me gerou apego a nenhum dos personagens e que se tornou uma experiência muito desgastante. Se no início parecia que ia ser cativante, logo ela foi se tornando cada vez mais cadavérica e arrastada. Um plot twist bombástico, mas que só me cansou mesmo.
Nota do autor:
Gabriel Santana

| Título Original | Oldeuboi |
| Lançamento | 2003 |
| País de Origem | Coreia do Sul |
| Distribuidora | Neon |
| Duração | 2h |
| Direção | Park Chan-wook |
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