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A Família de Elizabeth Teixeira [Crítica]

Sucessor espiritual de Cabra Marcado Para Morrer, esse filme serve como um complemento para a obra anterior pois deixa alguns pontos mais claros e expõe como os desdobramentos da história podem não ser tão felizes como as ficções deixam a entender. Acima de tudo, Cabra Marcado Para Morrer contava uma história real que aqui ganhou uma continuação que se provou bem interessante, aos meus olhos.

Esse filme acompanha seu diretor, Eduardo Coutinho, novamente a procura dos descendentes de João Pedro e Elizabeth Teixeira cerca de 30 anos após o filme de 1984. Com isso, além de mais memórias da época temos acesso a interpretações novas e interessantes dos acontecimentos, complementando toda aquela perspectiva anterior. Além disso, temos outras histórias reais que fizeram parte da vida desses novos protagonistas.

Com a nova jornada de pesquisa histórica de Coutinho, vamos relembrando aquelas pessoas que vimos tantos anos no passado no seu filme anterior. Esse é um exercício bastante curioso e demonstra que a realidade não se acertou após o filme e cada um passou por diversas dificuldade subsequentes. A trama se atém aos filhos de Elizabeth – e a própria – e seus depoimentos de vida desde sua convivência com seus pais até os dias atuais – de 2013, a época. Somos apresentados a diversas surpresas felizes e outras tristes para deixar bem claro que a realidade é ainda mais imponderável do que pensamos.

Em contrapartida ao que podemos pensar com o filme anterior, que a família se uniria novamente depois dos depoimentos de cada um dos integrantes, somos expostos a uma realidade que deixou a distância de tempo e espaço criar uma frieza e afastamento entre os familiares. Ademais, encontramos uma realidade que expõe que os mesmos problemas do passado voltam e podem ser cruéis como antes. A luta por terra ainda causa sofrimento e tristeza depois de tantos anos e depois de tudo o que poderíamos tirar de aprendizado com o passado. Porém, ainda podemos conhecer, dentro dessas histórias, bons exemplos de utilização dessa herança para um desenrolar positivo.

No final das contas, eu gostei mais dessa obra pois expande os horizontes da obra anterior expondo detalhes e mais conteúdo relacionado a família protagonista, sem perder o grande ponto central, mas expondo histórias curiosas que unem os integrantes da família, mesmo que novamente a distância.

Um ano antes de sua morte, Coutinho nos deixa uma conclusão importante para uma de suas melhores obras, com uma pegada de continuidade e transformação. Assim, essa obra complementa a história anterior sem sobrepor ou sobrescrever o que já passou, mas, ao contrário, dando mais camadas ao desenrolar das histórias pessoais e da sociedade brasileira.

Nota do autor:

Avaliação: 3.5 de 5.

Gabriel Santana

Título OriginalA Família de Elizabeth Teixeira
Lançamento2014
País de OrigemBrasil
DistribuidoraYoutube (não oficial)
Duração1h5m
DireçãoEduardo Coutinho

Onde Assistir?
(não oficial)


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