Mais uma nova (velha) franquia sendo apresentada e se juntando ao universo cinematográfico da Marvel. Aqui temos novamente outra versão do Quarteto Fantástico, em uma nova tentativa de trazer esses heróis para o cinema. Se aqui temos realmente a melhor e mais coesa obra referente a esse grupo de heróis, não é tanto por seus méritos e tampouco pela sua originalidade, obviamente. O seu triunfo diante dos demais está mais relacionado à falta de qualidade dos antecessores do que propriamente de uma excelência do filme em questão, que, convenhamos, soube ao menos utilizar bem a já tão desgastada fórmula Marvel.
Acompanhamos o surgimento da equipe formada por 4 astronautas que depois de uma exposição a uma onda de radiação solar, retorna ao planeta com super poderes. Como essa premissa já é amplamente conhecida, o filme faz questão de pular esse arco de apresentação e ir direto ao que se torna o centro das atenções nesse novo filme, o nascimento do filho do Senhor Fantástico e da Mulher Invisível. A criança, mesmo antes de nascer, já vira a chave para a sobrevivência da humanidade em mais uma das ameaças que prometem a destruição total da Terra, mas acabam só derrubando alguns prédios de Nova York.
Para ser sincero, eu realmente não estava esperando nada desse filme. Não por prejulgamento, mas apenas por não ter mais tanto interesse nesse universo. Há um bom tempo que nenhuma obra me chama muita atenção e não é nem sequer por causa do gênero, está mais relacionado ao modelo formulaico da maioria das obras do MCU. Nessa obra em questão senti exatamente a mesma sensação. Por mais que o contexto e a apresentação de novos personagens tragam um frescor de novidade, essa experiência é muito curta e logo o filme volta ao padrão estrutural.
É fato que essa obra poderia realmente se mostrar distinta e passou até perto disso com algumas ideias bacanas. Porém, perceber que estava tão perto de realmente trazer alguma surpresa e logo após recair para o convencional parece deixar a experiência ainda mais decepcionante. Eu falo que chegou tão perto de ser especial pois em certo momento na narrativa eu realmente achei que o filme ia caminhar por um trajeto mais obscuro, buscando uma resolução diferente do clássico embate físico entre heróis e vilões, mas o empenho externo logo é suprimido para novamente o foco cair sobre o quarteto principal.
Mesmo seguindo o padrão repetitivo, o filme se mostrou tão entediante, ao menos. A jornada da busca por respostas, do dilema que surge entre os protagonistas e a sociedade e as estratégias de cooperação forçada que precisam ser implementadas dão uma dinâmica minimamente agradável ao longa. Novamente, isso me deixa um pouco triste por ver que tudo foi “zipado” para uma resolução clichê. Preciso ressaltar que não sou conhecedor dos quadrinhos e não faço ideia se o filme segue fielmente as obras originais ou não, mas uma obra audiovisual precisa se bastar por si e é ela que estou analisando aqui.
Em relação aos feitos técnicos, como de costume, nada a reclamar. Como um filme de grande orçamento, é de se esperar que tudo esteja bem apresentado nesses quesitos. Não percebi qualquer inconsistência na utilização do CGI ou efeitos práticos, gostei bastante da ambientação espacial quando a trama decide explorar o universo, trilha sonora condiz com a época em que a narrativa se passa e convenhamos que nenhuma dessas questões são interessantes o suficiente para atrair-nos para uma obra desse gênero atualmente. O padrão está tão elevado nesse sentido que buscamos a novidade mais na narrativa e estrutura. E é justamente nessa parte que a obra peca, mais pela falta de ousadia em inovar e ter que se encaixar na grande caixa de pandora que o universo Marvel se tornou, do que por realmente ter problemas como uma obra solo.
Enfim, essa não deixa de ser uma obra minimamente divertida, com seus lampejos de empolgação, mas que se perde por ter que se encaixar no mais do mesmo. Para resumir, o filme faz bem seu papel de utilizar com primor a fórmula usual, porém o problema está justamente no quão maçante e cansativo se tornou assistir obras do gênero, como esse em questão, de maneira que já tivéssemos o feito em outras experiências anteriores.
Nota do autor:

| Título Original | The Fantastic Four: First Steps |
| Lançamento | 2025 |
| País de Origem | EUA/Reino Unido/Canadá/Nova Zelândia |
| Distribuidora | Walt Disney Studios |
| Duração | 1h54m |
| Direção | Matt Shakman |
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