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Blue Moon [Crítica]

Todos pensam que existe só uma lua cheia por mês, mas a verdade é que existem duas, e a segunda lua é chamada de Lua Azul. Dizem que, quando ela passa, aqueles que assistem à sua passagem devem fazer um pedido e ganham uma segunda chance. Blue Moon nos conta a história de cinco amigos cujas vidas se cruzam, se emaranham, se confundem. O tema da vida adulta confusa e sem sentido, e da busca pela felicidade enquanto se entende como alguém questionável, que vai errar muitas vezes até fazer a coisa certa dentro das possibilidades da vida de cada um, não é uma novidade no cinema, muito menos um território inexplorado. Mas Blue Moon não é só mais um desses filmes.

O filme, que é a junção de cinco histórias de 20 minutos que se costuram e, dependendo da ordem em que forem assistidas, criam uma percepção diferente da vida de cada personagem, permite uma possibilidade de 120 combinações. Ele se destaca dentro do tema justamente pela ideia de possibilidades. O sobrinho do personagem que é produtor, que curiosamente é o mais jovem, sempre aparece com questionamentos filosóficos nas cenas e uma das vezes pergunta: “A vida é predeterminada?” E esse filme quebra-cabeça que imita a vida, em algum momento nos responde que sim… mas não. Os amores imprevisíveis, românticos ou de amizade; as dores frias, as perdas dolorosas são, mas tudo isso vem de lugares de onde não esperávamos. E a beleza está nessas imprevisibilidades: num amor que invade sua rotina e muda suas expectativas de futuro; nos recomeços que nos fazem perceber que a vida tem mais possibilidades do que achávamos; nas amizades que nos fazem perceber que o mundo é grande e assustador, mas que não estamos sozinhos.

Terminei o filme com a sensação de que não o assisti o suficiente, e de que não errei o suficiente na vida, considerando que sempre vai existir uma segunda chance, se eu olhar para a Blue Moon no momento certo. A temporalidade de Blue Moon e as elipses trouxeram uma sensação gostosa de vida que foi vivida, sentida e doída. Sua circularidade, digna de um filme alemão, me causou uma estranha nostalgia e, ao mesmo tempo, um desejo melancólico de viver. Afinal, para precisar de uma segunda chance, a primeira precisa ter falhado.

Nota da autora:

Avaliação: 5 de 5.

Gessica Lima

Título OriginalLan yue (藍月)
Lançamento1997
País de OrigemTaiwan
DistribuidoraTaiwan Film Center
Duração1h37m
DireçãoI-Chen Ko

Onde Assistir?
(não oficial)


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