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Eu Vi o Brilho da TV [Crítica]

Filme que havia me causado interesse pelas suas peculiaridades, assim como também causou interesse no meu primo e numa certa tarde tínhamos um tempinho para ver um filme. Lembro-me que tínhamos decidido ver A Lista de Schindler, mas pela sua longa duração, preferimos assistir um filme mais curtinho e curioso, o qual não sabíamos muito o que esperar. Esse tipo de filme é sempre legal por causa da surpresa que nos traz, mas esse daqui eu nem sei se consegui ficar surpreso. Na verdade, não consegui nem discernir muito bem o que eu tinha acabado de assistir.

Na trama, um moleque esquisito encontra uma menina na escola por quem se interessa e desenvolve uma amizade meio estranha. Porém, logo isso se torna um vínculo profundo ligados por um programa de TV que ambos assistem. Quando parece que os dois vão desenvolver uma relação mais próxima, a menina misteriosamente some e vai parar sei lá onde. Para falar a verdade, já nem sei o que aconteceu no que eu acabei de ver. E isso não vale só para mim. Meu primo também ficou na mesma situação.

Para ser bem sincero eu preciso dizer que eu não entendi nada desse filme aqui. Quando as coisas pareciam que estavam caminhando para algum lugar, o filme mudava completamente tudo o que havia pré-estabelecido. Sei lá. Confuso, bastante confuso. Eu até comentei com meu primo que estava assistindo comigo: são duas possibilidades aqui, – na minha cabeça – ou o filme está fazendo uma análise extraordinária da mente humana perturbada, dos problemas psicológicos da modernidade ou a galera só estava muito doida quando pensou nisso aqui. No final das contas, pode até ser um misto entre os dois, mas com toda certeza isso aqui não me ganhou nem um pouquinho.

Tudo aqui me pareceu muito forçado. As relações começam de formas estranhas, os diálogos são meio esquisitos, o programa de TV e toda a sua mitologia parece que foram criados por alguém muito chapado. Até entendo algumas pessoas enxergarem beleza na estranheza, mas acho que precisa haver uma certa coerência nos significados e simbolismos para transmitir uma mensagem. Imagina você escrever algo numa língua que você acabou de criar e que ninguém nunca viu antes. Não vai haver transmissão de ideias através dela. Me senti assim assistindo a esse filme. Parece que eu não estava conseguindo interpretar as mensagens que o filme me transmitiu, se é que ele transmitiu algo. Ainda tenho minhas dúvidas. Parece que eu não fui alfabetizado na linguagem dessa obra.

Fiquei me perguntando em que gênero esse filme se enquadrava. Não me transmitiu nada de marcante. Não me assustou, não me empolgou, não me emocionou, não me alegrou. Nada. A maior parte da experiência eu fiquei apático. Até porque, que personagens chatos temos aqui. Todos parecem muito artificiais. Será que as IAs já estão assim? Me desculpem os realizadores, mas vou ter que usar esse xingamento. Talvez uma IA tenha escrito isso aqui. De qualquer forma, essa minha apatia durou até o meio do filme. Daí em diante eu só fiquei embasbacado do que eu havia me proposto a ver. Nada mais fazia sentido – não que no começo fizesse – e quando eu achava que ia chegar em algum novo lugar, as coisas só pioravam. Elementos novos eram apresentados e tudo isso só era jogado sem qualquer explicação prévia.

Mesmo assim, como sempre, eu não desisti da obra. Esperava que, de duas uma: ou tudo iria milagrosamente se encaixar e se fazer entender, ou pelo menos alguma questão mais óbvia iria se sobressair para que o filme se justificasse. Mas nem a relação de amizade, nem os mistérios apresentados são muito bem explorados. O que eu posso – tentar – deduzir é que, como eu até citei anteriormente, o filme fale um pouco sobre as relações sociais da modernidade e sua fragilidade e fugacidade. Como as novas tecnologias também afetam as pessoas e principalmente como os jovens desenvolvem suas relações atreladas não mais a vínculos humanos, mas a elementos artificias. Entretenimento de massa, influência da TV, bolhas sociais e círculos de amizade problemáticos. Tudo isso talvez seja abordado no filme. Mas o que eu realmente desejo é que, diferente de mim, você consiga experimentar essa obra e entender o que ela tem a dizer. Caso contrário, sua experiência será igual a minha.

Eu realmente demorei até para escrever esse texto porque eu nem sabia muito o que dizer da minha experiência e, como você pôde perceber, ainda não tenho. Mas não desencorajo ninguém a vê-lo. Apenas deixo esse texto como alerta. Se seu gosto for parecido com o meu, fuja. Fico me perguntando se eu só fui incapaz de enxergar a beleza nesse longa. Aliás, fico me perguntando se eu só não fui capaz de enxergar alguma coisa aqui, porque na verdade eu não vi nenhum brilho nessa obra.

Nota do autor:

Avaliação: 1 de 5.

Gabriel Santana

Título OriginalI Saw the TV Glow
Lançamento2024
País de OrigemEUA/Reino Unido
DistribuidoraA24
Duração1h40m
DireçãoJane Schoenbrun

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