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A Fuga das Galinhas [Crítica]

Famosa coprodução da DreamWorks e da Aardman, A Fuga das Galinhas é uma clássica animação em stop-motion do ano 2000. Por ser um clássico, eu sempre tive curiosidade em ver e estava esperando uma motivação maior para fazer essa visita ao passado. Com o lançamento recente pela Netflix da continuação direta do filme, achei esse o momento perfeito para conhecer os dois filmes e fazer a minha maratona clássica de rever os filmes antigos de uma franquia antes de assistir o lançamento recente. Posso dizer que essa foi uma grata surpresa e uma animação realmente divertida e surpreendente pela sua técnica de stop-motion.

Tudo se passa numa granja de galinhas de algum lugar da Inglaterra onde Ginger, a líder das galinhas, passa o tempo tentando formular um plano para escapar com suas companheiras das garras dos perversos donos do lugar. Depois de inúmeras tentativas fracassadas, o destino das galinhas parece mudar quando por acidente um galo de circo chamado Rocky cai do céu dentro da granja e promete ensinar as galinhas o seu truque de voar. Porém, as coisas começam a se complicar quando as técnicas de Rocky não surtem qualquer efeito e quando os donos da granja instalam uma nova engenhoca capaz de fazer tortas de galinha automaticamente.

As coisas começaram a me surpreender logo de início com a disposição do cenário do galinheiro que se parecia mais uma prisão que me lembrava muito os campos de concentração da segunda guerra mundial. Partindo já daí temos um subtexto interessante para a trama, aparentemente, simples e bobinha. O tratamento que as galinhas sofrem é bem rígido e as regras de contagem e produção de ovos são outra referência aos campos de trabalhos forçados da Alemanha nazista. No meio de tudo isso uma personagem que tenta mobilizar as demais para colocar ideais de liberdade em suas mentes conformadas e amedrontadas se mostra como um belíssimo ponto de partida para o filme. Essa subtrama que acrescenta uma camada a mais à história parece muito bem vinda, principalmente aos mais velhos que vão conseguir pegar as referências mais facilmente.

A animação em stop-motion é sempre algo que me atrai e me conquista pela sua dificuldade de produção. O resultado final geralmente é muito satisfatório e aqui é possível ver a impressão digital das mãos que moldaram os bonequinhos para as filmagens. Isso, pra mim, demonstra um cuidado enorme e um carinho muito grande na produção desse filme. Cada movimento demanda uma paciência enorme e enxergar isso nos próprios personagens em tela me parece não um erro, mas um detalhe encantador. Mesmo que galinhas com dentes sejam algo extremamente fictício, os acontecimentos da trama e as ações daqueles animais começam a parecer cada vez mais críveis, algo que já não foi assim no segundo longa, mas isso é algo que vou abordar no próximo texto.

Os personagens do filme também foram um ponto que me agradou bastante. Por mais que algumas piadas sejam previsíveis e a comédia de outras já datada, muito do humor conseguiu me fazer rir e isso me ajudou ainda mais a desenvolver um apego pelos pequenos personagens do filme. As tiradas cômicas que foram certeiras conseguiram me fazer gargalhar e os alívios cômicos são bem encaixados por toda a duração. A mente da multidão é representada pela galinha Babs, por exemplo, que não consegue entender muito o pretexto para fugir, mas ajuda e permanece unida à causa. Além dela, outros personagens são bem icônicos como o velho galo “de guerra”, Fowler. Todos eles me conquistaram e o papel de cada um e sua importância foram bem estabelecidos na trama.

A maneira como a massa da população já conformada é instruída e liderada para a fuga é realmente interessante. O processo de assimilação dos ideais de liberdade e independência propostos pela Ginger é um belo exemplo de perseverança, trazendo para o filme uma boa mensagem para os pequenos. Mesmo com alguns clichês no desenvolvimento dos acontecimentos e algumas extravagâncias aqui e ali, a obra conseguiu me conquistar do início ao fim. Aliando uma técnica primorosa e uma história satisfatoriamente cativante, temos aqui um ótimo filme de 23 anos atrás.

Esse é um clássico da animação stop-motion que merece ser revisitado ainda hoje por apresentar uma belíssima técnica que é capaz ainda hoje de me surpreende pela sua execução e conta com uma trama realmente interessante e divertida para todos, principalmente para os mais jovens. Mesmo sendo um clássico, acredito que não tenha sido influenciado de maneira alguma, pois cheguei na história bem aberto e tive uma experiência realmente boa com o filme.

Nota do autor:

Avaliação: 3.5 de 5.

Gabriel Santana

Título OriginalChicken Run
Lançamento2000
País de OrigemReino Unido/França/EUA
DistribuidoraDreamWorks SKG
Duração1h24m
DireçãoPeter Lord, Nick Park

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