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A Casa Sombria [Crítica]

Esse é um filme interessante de alguns anos atrás que eu já havia visto algumas coisas a respeito, mas nunca tinha parado para dedicá-lo um tempo e experienciar a obra antes. Agora que eu tive essa oportunidade eu posso desenvolver minhas ideias a respeito e afirmar que as coisas aqui me agradaram mais do que me desagradaram.

Na trama conhecemos uma mulher que vive numa casa isolada e que sofre com a recente perda do marido. Como a casa foi construída pelo próprio esposo, isso a deixa ainda mais devastada até ela começar a descobrir algumas coisas muito suspeitas a respeito do seu amado. Quanto mais ela descobre, mais fica obcecada, levando-a cada vez mais a descobertas chocantes e até mesmo assustadoras.

Essa trama pode parecer até bem clichê, mas se tem algo que me agradou bastante no filme foi a forma como a personagem protagonista lida com os momentos de tensão e perigo que ela se depara no decorrer da história. Pelo menos em grande parte das vezes, ela tem uma atitude mais ativa e busca realmente correr atrás das respostas, investigar, ter certeza e descobrir as coisas com seus próprios olhos. Essa atitude “louvável” da protagonista também se sustenta numa boa atuação da atriz e, com isso, foge um pouco do clichê daquela clássica caminhada lenta e sorrateira que parece estar procurando e ansiando pelo perigo apenas para nos assustar. Em relação a isso o filme me agradou bastante pois conseguiu criar uma atmosfera de tensão contínua que nos deixa curioso em todo o desenrolar da trama.

O suspense é muito bem desenvolvido, por mais que algumas coisas da trama façam-nos criar muitas teorias e expectativas que podem não ser atingidas no desenrolar da história. Essa foi uma experiência pessoal minha, mas que não deixou o filme totalmente detestável, ao menos. Porém, na minha visão, o enredo deixou a desejar na sua resolução, mesmo deixando em aberto à discussão, o que também pode ser algo positivo no final das contas e pode ser satisfatório para outros espectadores.

Além do terror físico, que se apresenta na maior parte das vezes por uma boa fotografia que ajuda a criar o suspense, acho que um tema bem desenvolvido foi o luto que ajuda a estruturar uma espécie de terror psicológico que envolve toda a jornada da protagonista. Com o choque recente da perda do marido, somos capazes de ver todas as fases do luto nos seus sentimentos e ações. Primeiro com a clássica negação, que nos é apresentada antes mesmo de nós sabermos o que se passa com ela. Em seguida a raiva que é exprimida até mesmo com seus amigos próximos que tentam confortá-la. A barganha vem de suas lembranças junto com seu marido e isso tudo em paralelo com novas investigações e novas descobertas sobre o passado. A depressão se apresenta como a quarta fase do luto quando ela se vê sem respostas e desesperada para entender o que realmente aconteceu, procurando ainda alguma forma de tampar o seu vazio interior. Porém, a aceitação é tardia e só vem mesmo depois de uma experiência extrema que ajuda a abrir os seus olhos para a realidade e para o fato de que a sua vida não precisa acabar depois daquilo tudo.

Não sei se me alonguei demais nessa minha interpretação, mas preciso dizer que essa foi a parte mais interessante, para mim, do filme, pois no contexto da mitologia da trama e das motivações apresentadas, algumas coisas me desagradaram um pouco, principalmente por uma resolução simplória e algumas coisas um pouco inexplicáveis. De qualquer maneira, o filme foi uma boa experiência que pode ser levada como um suspense bem executado.

Dependendo da forma como você lidar com a trama, a experiência pode ser mais ou menos satisfatória. Mesmo assim, acho que para todos há alguma coisa que pode ser chamativa no filme. Seja por sua atmosfera, seja por sua discussão em relação aos traumas humanos, tudo isso é envolto numa trama sobrenatural bem interessante e que nos instiga a tentar encontrar as respostas junto com a protagonistas, mesmo que as respostas que ela encontre, enfim, não sejam lá tão interessantes.

Nota do autor:

Avaliação: 3 de 5.

Gabriel Santana

Título OriginalThe Night House
Lançamento2020
País de OrigemReino Unido/EUA
Distribuidora20th Century Fox
Duração1h47m
DireçãoDavid Bruckner

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