Esse é um dos meus filmes preferidos da infância e até hoje eu tenho uma nostalgia profunda por ele. Talvez por isso também que eu tenho um apresso muito grande e considero ele um ótimo filme. Há um bom tempo eu estava esperando uma ocasião especial para rever o filme. Finalmente ela chegou e eu posso escrever sobre ele. Para um espectador desavisado, entretanto, acho que ele é, no mínimo, uma aventura fantástica que traz várias surpresas e pode ser capaz de, ainda hoje, cativar novos fãs. Vou tentar esclarecer isso nos próximos parágrafos.
Esse filme de 2007 traz na sua trama um conto de fadas um tanto quanto peculiar: um jovem apaixonado busca conquistar o coração de sua amada se propondo a buscar para ela uma estrela cadente que ele vê caindo do céu, porém quando atravessa um muro que está na fronteira de seu vilarejo ele acaba indo parar em um mundo fantástico, cheio de magia e perigos. Sua jornada aparentemente ilusória, acaba se tornando uma jornada de descoberta e aprendizado que o transforma finalmente em um homem – como o filme faz questão de narrar logo no início da trama, num estilo bem característico de um conto de fadas.
Eu não sei se eu resumi ou omiti demais da história, mas eu não quero estragar as surpresas da experiência de ninguém nessa obra, pois, assim como eu me surpreendi, acredito que outras pessoas possam conhecer um filme como esse que é bem pouco falado e desfrutarem de uma boa surpresa. Mesmo já sendo uma obra antiga, acredito que ela tenha muito a agradar ainda hoje. Deixando claro novamente que eu tenho um apego pessoal bem grande pela obra e posso estar sendo bastante influenciado pelo meu coração aqui.
Mas vamos deixar minha relação um pouco de lado – só um pouco – e vamos para uma análise da obra cinematográfica em si. O filme apresenta um universo interessante com uma fantasia divertida e que foge um pouco do convencional, mesmo apelando para algumas convenções do gênero fantástico de vez em quando. Levando em consideração que quase a totalidade do público já teve contato com um universo fantástico desse tipo, não é nada de se assombrar com bruxas, magias, feitiços e lendas que aparecem na trama. Por outro lado, temos aqui também uma mitologia própria e que é o que dá à narrativa um norte.
A jornada do herói aqui começa de um jeito meio trôpego e até com chances de criar uma antipatia pelo protagonista, mas a narrativa é hábil em desconstruir esse personagem e nos mostrar as outras faces dele, na maioria das vezes, por intermédio do seu par romântico inesperado – mas não tanto assim. A relação de romance da trama funciona como um belo conto de fadas também. Com uma relação meio inusitada que vai se mostrando muito congênere.
O dinamismo da ação e da comédia tem um timing muito legal. Claro que algumas piadas e algumas ações são bem previsíveis, ainda mais para mim que já vi o filme várias vezes, mas ainda acho que podem funcionar bem. Até sobra espaço para algumas reflexões profundas sobre o amor, sobre a aceitação e sobre a sua jornada na vida. Tudo é debatido superficialmente, na maior parte do tempo, mas pode incitar uma discussão interessante para quem pescar essas temáticas mais sérias. No entorno disso tudo, se desenrola uma trama dinâmica e muito bem conduzida, da maneira clássica, para um clímax que não deixa a desejar, a meu ver, mesmo que a conclusão possa parecer um pouco conveniente. No fim, tudo faz sentido e se encaixa bem na narrativa.
Para finalizar, há uma cena que me toca bastante por ser bem engraçada e por quebrar um pouco as expectativas. É uma “pseudo-declaração” de amor que, no fim das contas, não se mostra tão falsa assim e revela um ar muito romântico para a trama. Essas pequenas passagens e alguns cenários deslumbrantes sempre ficaram na minha mente e inspiraram minha imaginação, desenvolvendo até mesmo alguns gostos pessoais que eu tenho até hoje.
Reconheço que essa pode não ser uma obra excelente para todos os públicos, mas acredito que pra quem desconhece, pode ser uma bela surpresa. Sendo ainda por cima uma adaptação de livro, acho que sua execução foi excelente e se bastou como uma ótima transposição das páginas para as telas, mesmo eu não tendo conhecimento muito grande sobre a obra original. Posso dizer também que eu sinto falta de alguns filmes assim que contam uma boa história e se fecham em si mesmos, sem precisar alongar seu universo em continuações, sendo uma obra concisa e bem desenvolvida, trazendo ainda uma boa lição num universo mágico e de mitologia própria.
Nota do autor:
Gabriel Santana

| Título Original | Stardust |
| Lançamento | 2007 |
| País de Origem | Reino Unido/EUA |
| Distribuidora | Paramount Pictures |
| Duração | 2h7m |
| Direção | Matthew Vaughn |
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