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O Cangaceiro [Crítica]

Esse é um filme brasileiro premiado e o qual eu ouvia muita coisa boa a respeito, porém, pra mim, essa não foi uma experiência tão legal e talvez até um pouco decepcionante. Se você chegou nesse texto por acaso, eu assisti esse filme no mesmo dia e logo na sequência de “O Fantasma Apaixonado” e “Starman”. Esse foi o único filme desse dia que eu realmente sabia que iria assisti-lo, mas, curiosamente, foi o que eu tive a pior experiência desses três. Mesmo com alguns pontos positivos e algumas concessões dadas à obra de 1953, o filme não conseguiu de fato me conquistar.

“O Cangaceiro” é uma grande aposta da empresa brasileira Vera Cruz de conseguir produzir uma obra tão bem rebuscada quanto os filmes do cinema internacional da época e podemos dizer que ela até conseguiu nesse longa, mas não foi o suficiente para manter a empresa viva por muito tempo e logo ela faliu. Entretanto, “O Cangaceiro” foi premiado e bem visto pela crítica e o público à época. Assim, eu estava ansioso para assistir e tirar minhas próprias conclusões a respeito da obra. No final da experiência eu até posso dizer que consigo entender o prestígio, mas esse filme pessoalmente não me cativou.

Na história somos ambientados no sertão nordestino, com paisagens preenchidas pela Caatinga numa região sob os domínios dos cangaceiros. Não chega a ser uma “estética da fome” como Glauber Rocha popularizaria no seu “Deus e o Diabo na Terra do Sol”, mas consegue ser bem realística, principalmente na reconstituição da cidadezinha que é atacada pelos cangaceiros logo no início do longa. O líder do grupo, Capitão Galdino, sequestra nessa cidadezinha uma professora buscando receber dinheiro como resgate, mas o que ele não contava é que um de seus comandados iria se apaixonar pela moça e iniciar um arriscado plano de fuga com ela.

Pra começo de conversa, eu preciso dizer que em alguns momentos eu fiquei realmente perdido na narrativa, até mesmo por não conseguir entender certos diálogos e não por motivos técnicos da sessão onde eu estava, até porque os outros dois filmes anteriores a esse, como eu já citei, eu assisti no mesmo local. Quando eu digo que não entendi é que eu não consegui interpretar a motivação ou a lógica interna de algumas ações centrais do filme. De qualquer forma, nesse início, a ambientação, algumas músicas, e a dinâmica ainda me pareceram interessantes o suficiente para me manter imerso. Mesmo assim eu não sabia muito bem para onde a trama estava indo. Quando um dos cangaceiros iniciou a fuga com a professora foi que eu realmente fiquei perdido.

Logo no início do filme temos uma sequência bem interessante e realmente frenética na invasão dos cangaceiros a uma cidade e ela me pareceu bem realizada. Até mesmo as dinâmicas entre os personagens que ocorrem naquele cenário me pareceram mais críveis do que o restante do filme. Por isso, acho que esse início e algumas outras poucas cenas isoladas foram as que eu consigo dizer que gostei dessa obra. Logo depois, no desenvolvimento, o filme perde tempo com algumas questões que nem mesmo chegam a ser desenvolvidas no decorrer da obra e tudo fica por isso mesmo, partindo, a meu ver, do nada para coisa alguma.

“Sem sentido” é uma expressão muito forte, mas eu realmente achei que algumas partes desse filme são muito convenientes ou sem sentido mesmo. Logo de início eu nem entendi quem era que estava empreendendo a fuga com a moça e qual era sua motivação real. Quando eu finalmente entendi que não passava de um simples romance eu perdi um pouco da minha ligação com o filme, ainda mais por aqueles dois não parecerem nordestinos de verdade – e de fato não são – num contexto totalmente desconexo. Não vou dizer também que foi só por isso que o filme não me cativou. O romance, como eu falei, não me encheu os olhos. Me passou um ar de artificial e o pouco de drama que o filme insere do meio pro fim como background do protagonista serve, mas fica muito superficial pela introdução tardia na trama. Além disso, algumas sequências são realmente legais como falei anteriormente, mas nada que não seja logo interrompido pelo desenrolar trôpego da história.

Esse é um filme nacional muito bem elogiado que eu não consegui sentir muito apego. Repito, não sei se foi só uma antipatia minha, mas realmente não me encantou tanto assim como obra. Ainda quero reassisti-lo com mais calma e talvez sem tantas expectativas; Com uma qualidade de som ainda melhor e talvez com legendas para ver se eu não estou ficando maluco ou só não entendi mesmo. De qualquer maneira, essa não foi uma experiência muito engajante e não posso afirmar que foi uma obra tão bacana à primeira vista pra mim.

Nota do autor:

Avaliação: 2 de 5.

Gabriel Santana

Título OriginalO Cangaceiro
Lançamento1953
País de OrigemBrasil
DistribuidoraVera Cruz Studios
Duração1h45m
DireçãoLima Barreto

Onde Assistir?
(não oficial)


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