Esse é um daqueles filmes da minha categoria mais especial de filmes, os que eu não fazia ideia de nada a respeito (praticamente). Amo filmes assim. Esse aqui me conquistou apenas pela sinopse e posso dizer que, assistindo o filme, mais uns dois ou três elementos me conquistaram na experiência.
Vamos a trama e a premissa que me chamou a atenção, inclusive. Uma jovem que vive em uma casa isolada de uma cidadezinha é atormentada por um acontecimento traumático da sua infância e sofre com crises de ansiedade e com o desprezo que os moradores da região tem por ela. Tudo isso só piora quando ela passa a presenciar acontecimentos sobrenaturais nas imediações da sua casa. O que parecia ser só mais um dos muitos infortúnios do seu mundo acabam revelando um perigo proveniente de outro mundo.
Nossa! Que suspense gostoso esse aqui. Gostei muito da experiência que tive com esse filme. Realmente não estava esperando por isso. Mais uma das coisas que me fazem gostar de assistir algo sem saber de nada. Começando pela trama, podemos encontrar uma coragem interessante por parte dos realizadores em relação ao modo como ela nos é contada. Mais adiante deixarei isso mais claro, mas antes vou deixar um aviso de spoiler – não é bem um spoiler, mas é interessante não saber, eu acho. A trama é sutilmente transmitida sem muita “expositividade” e nos deixa entender a história sem duvidar da nossa capacidade de interpretação, algo que muitos filmes – e principalmente de terror genéricos – fazem. Aliado a isso, a construção do suspense é bem-feita e sempre nos deixa aberto a interpretação a respeito da ameaça, sempre apresentando elementos novos, mas sem se contradizer.
Foi ao menos assim que eu entendi o longa. Há um elemento que me agradou bastante aqui: a montagem. Foram alguns truques de montagem simples, mas bem utilizados que me fizeram simpatizar pelo projeto ainda no começo do filme. Assim, o terror é condizente e conseguiu me agradar, mesmo com seus “jump scares” baratos de vez em quando. Aliás, acredito que em apenas um momento desses que esse filme me desagradou, pois foi um daqueles bem forçados. Felizmente, as ideias e conceitos apresentados do meio pro final não me fugiram tanto do interesse e eu consegui aproveitar o clima cada vez mais caótico até os últimos momentos.
Iniciando aqui uma parte com um spoiler interessante a respeito da narrativa, o qual eu tinha citado anteriormente: (fiquem avisados ou assistam o filme primeiro) o próximo elemento que eu preciso citar é o som. Como ele foi muito bem utilizado aqui. Me agradou como no grande “Um Lugar Silencioso” que se baseia justamente numa premissa relacionada a esse elemento. Por mais que não seja o caso aqui, o som foi meticulosamente pensado para criar a atmosfera sufocante de tensão. Mas esse não é o principal ponto. O grande ponto aqui, em que o som é responsável, é que o filme não precisa de uma palavra para contar sua história, literalmente! Não há mais que dez palavras nesse filme, tirando a trilha musical que toca algumas vezes. Isso me fez ter uma boa visão da inteligência narrativa dos realizadores por não precisarem expor nada, elevando isso quase que ao extremo. Os pequenos detalhes que vão sendo apresentados se fecham por completo e isso me gerou um sensação de um roteiro coeso e coerente.
Há pontos contrários também, claro. Me desagradou um pouco sua finalização surreal que vai se desdobrando por cima do desdobramento que pode afastar uma parcela do público e que adoraria que não expusesse tanto, mantendo-se condizente com o início, mas acredito que isso seja compensado pelo que podemos interpretar como um final bastante fora do convencional. Como eu citei, alguns “jump scares” e outros acontecimentos são meio forçados, mas em geral funcionam muito bem.
Pra finalizar, acredito que esse seja um ótimo suspense, que consegue causar incômodo com elementos do horror e ainda conta uma história de ficção científica interessante envoltos numa catarse de terror crescente que nos deixa sempre presos a narrativa do início ao fim. Amei a estrutura da narrativa e acredito que isso tenha sido o ponto central da minha experiência, mas a interessante recontada da clássica fórmula de terror de invasão domiciliar foi uma boa pra mim que não conheço tantos filmes do gênero e estou começando a dar mais espaço para eles.
Enfim, essa é uma história simples, mas bem realizada que, a meu ver, vale a assistida. Não sei se foi apenas a minha empolgação com o filme, mas esse longa me fez imaginar e repensar alguns conceitos que podem ser subvertidos para darem lugar a uma criatividade especial e exporem uma possibilidade interessante de contar uma história. Talvez não seja nada de mais, porém, me agradou bastante.
Nota do autor:
Gabriel Santana

| Título Original | No One Will Save You |
| Lançamento | 2023 |
| País de Origem | EUA |
| Distribuidora | Star+ |
| Duração | 1h33m |
| Direção | Brian Duffield |
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