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Volta Redonda – Memorial da Greve [Crítica]

Partindo para a segunda produção de Coutinho que eu assisto, não me prendi a ordem cronológica da criação de suas obras e acompanhei esse pequeno documentário que expõe uma pequena faísca do que poderia ser, mais tarde, uma de suas grandes obras.

Acompanhamos os relatos de operários de Volta Redonda, no Rio de Janeiro, a respeito da grave na Companhia Siderúrgica Nacional que acabou deixando 3 integrantes do movimento mortos. O retrato do acontecido pela memória das pessoas é interessante e expõe o sentimento de tristeza com o declínio da grande indústria estatal fruto de anos de crise econômica do final da ditadura.

Os relatos são tocantes e contam com imagens do acontecido na época, além de uma narração que estrutura a narrativa dos episódios da greve. A produção apresenta pouca participação do diretor nas conversas, se atendo a poucas perguntas. Os fatos, em geral são narrados e expostos de maneira direta para o espectador, a maneira de uma reportagem mais convencional.

A produção foi feita a pedido da diocese de Barra do Piraí e Volta Redonda e por isso expõe também momentos da participação da igreja nos momentos de conflito, com depoimentos do próprio bispo da região. A obra não me tocou ou cativou muito pela história, apenas serviu como retrato histórico da época e do acontecido com uma condução que nos deixa mais alheios, pelo que eu senti, aos problemas enfrentados pelos operários de Volta Redonda.

De qualquer maneira, eu não poderia deixar de notar a semelhança dessa obra com um outro filme de Eduardo Coutinho que eu assistiria um tempo depois que é “Peões”. A obra de 2004 já apresenta uma visão mais madura, com o toque de participação especial do diretor, e expõe um contexto mais único e excepcional da história brasileira, dando mais tempo para depoimentos mais pessoais que giram em torno da figura central da narrativa, mas vou deixar mais detalhes desse outro filme para o seu texto próprio.

Volta Redonda, Memorial da Greve, se mostra, como deixei claro no texto anterior sobre “Os Romeiros do Padre Cícero”, como uma obra mais próxima a uma reportagem histórica do que com os característicos documentários intimistas do diretor brasileiro se tornando, ao menos, uma premissa de “Peões” só que com menos substância e com um pouco menos da pegada autoral que é marca de Coutinho.

Nota do autor:

Avaliação: 2 de 5.

Gabriel Santana

Título OriginalVolta Redonda, o Memorial da Greve
Lançamento1989
País de OrigemBrasil
DistribuidoraYoutube (não oficial)
Duração39m
DireçãoEduardo Coutinho

Onde Assistir?
(não oficial)


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