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Sobre Meninos e Lobos [Crítica]

É bom, de vez em quando, assistir a um filme sem saber de nada sobre ele. Foi o que aconteceu comigo com “Sobre Meninos e Lobos”. A única coisa que eu sabia sobre o filme era seu título. Mesmo assim, só tinha ouvido falar. Agora posso dizer que a experiência com o filme foi interessante e valeu a pena a aposta no escuro.

A história acompanha 3 amigos na sua infância quando um deles passa por uma experiência traumática que vai marca-lo para o resto da sua vida. Quando os 3 crescem, voltam a se encontrar numa circunstância problemática que vai colocar eles frente a frente mais uma vez, só que dessa vez com uma história de suspense e investigação com várias tramas encruzilhadas que vão se sobrepondo até o clímax. Um dos amigos é um investigador da polícia, os outros vivem ainda no mesmo bairro da infância e seguiram suas vidas sem muito contato. A construção do roteiro é eficiente em apresentar os personagens e o início das investigações acerca do acontecimento central. Já não posso dizer o mesmo da conclusão e desfecho da trama. De qualquer forma, o suspense é gerado e a desconfiança vai tomando gradativamente a nossa mente e a dos personagens em tela. A retratação do psicológico dos personagens é outro ponto destacável no longa. Os personagens em si são realmente interessante e mexem com nossa curiosidade para fazer-nos especular os possíveis acontecimentos que estão sendo investigados. A condução narrativa em si é bastante engajante e deixa a gente participar das descobertas pouco a pouco, sem subestimar nossa inteligência, dando pistas que a gente vai pegando e os personagens também, sem precisar de muita explicação para tudo nem tampouco deixar pontas soltas, pelo menos até certo ponto do desenrolar da história. A partir de algum momento do meio para o final, a trama interessante vai ficando muito enviesada e isso causa certa incerteza num espectador mais atento. Toda essa gradação nos leva para uma sequência final de revelações que acabou me deixando um pouco incomodado pois, por mais que algumas pistas realmente façam sentido com a realidade que nos é apresentada como resolução, o filme se utilizou demais de coincidências narrativas com o único motivo de causar um impacto maior com o plot twist e justificar o desenrolar para o qual a trama levou os personagens. O impacto é sim funcional, mas fica aquele gostinho amargo de respostas muito convenientes e que fogem demais de algo mais crível para se encaixar nos interesses da trama. Perdendo assim aquele sentimento de participação do espectador na história, pois a resolução não poderia ser descoberta por nós do outro lado da tela, mas somente com uma explicação conveniente de última hora que muda totalmente a direção da história. De qualquer maneira, pela boa condução do mistério e investigação, o filme ainda pode ser aproveitado e apreciado como uma obra honesta, se dadas as concessões necessárias.

Mesmo com um deslise final crucial que me fez perder um pouco do apego pela trama, o filme ainda assim foi uma boa experiência que me manteve preso desde o princípio, com uma direção correta de Clint Eastwood e boa atuação de seus atores protagonistas. Se o desfecho tivesse sido mais bem pensado poderia tornar o longa um belo exemplar de mistério policial memorável, para mim.

Nota do autor:

Avaliação: 3.5 de 5.

Gabriel Santana

Título OriginalMystic River
Lançamento2003
País de OrigemEUA/Austrália
DistribuidoraWarner Bros. Pictures
Duração2h18m
DireçãoClint Eastwood

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