Mais um filme da série de adaptações dos games para o cinema. Dessa vez trazendo a história do encanador bigodudo mais famoso do mundo. Ele mesmo, o Mario. Pra mim, que nunca joguei nem sequer um game da franquia, mas que, obviamente, conheço várias marcas registradas do universo a que o filme adapta, não foi uma aventura muito divertida quanto poderia. Mesmo trazendo uma enxurrada de referências, não acho que um filme deveria se contentar apenas com isso e não apresentar uma história mais envolvente para o público mais velho, grande parte dos fãs da série de jogos original.
Mario é um encanador fracassado que precisa arrumar um jeito de ganhar a vida junto com seu irmão Luigi no Brooklyn enquanto precisa lidar com a desconfiança de sua família. Disso pra chegar no mundo mágico dos jogos que todos estamos acostumados foi, pra mim, um pouco abrupto demais. Essa barreira do “real” pro “mágico” aconteceu de um jeito meio desconfortável pra mim. Isso foi um ponto importante pra quebrar minha imersão por alguns minutos. E isso é algo bem difícil de acontecer comigo em um filme. De qualquer forma, a beleza do mundo em que Mario e Luigi vão parar é realmente deslumbrante e aliado a isso, as referências que tem de monte no longa me fizeram mergulhar de novo no filme. Mesmo assim, foi complicado acompanhar uma trama que pra mim não tinha uma linha narrativa lógica muito clara. Mesmo simples, uma sequência de eventos e acontecimentos interligados ajudam a estruturar uma curva dramática para que a obra alcance o clímax e finalize o conflito de maneira satisfatória, mas aqui eu não vi isso. Os acontecimentos parecem ser alocados apenas para expor o máximo de referências possível aos games. Sem se preocupar com a forma ou a lógica interna. É fácil perceber que os personagens correm de um lado para o outro sem rumo, na maior parte do tempo. Talvez seja um pouco perdoável sendo um filme voltado para o público mais infantil, mas a série de videogames com mais de 30 anos com certeza atraiu também uma galera mais velha para acompanhar a adaptação. E é por isso que acredito que a narrativa deveria se esforçar um pouco mais para contar uma história e não passar 90 minutos apresentando o universo com sequências velozes e alucinantes. Por mais que eu não tenha me conectado tanto com o filme, eu achei a estética bem legal e fofinha. Além disso, os micro causos são realmente divertidos. As cenas de ação, de perseguição e as claras referências ao jogo 2D de plataforma são bem conduzidas e trazem uma dinâmica gostosa para o longa. Mas o que faltou, pra mim, foi um pouco mais de criatividade para apresentar uma trama que unisse essas sequências legais em uma linha reta com um mínimo de profundidade e, principalmente, objetividade. Nada de espetacular, apenas uma justificativa mais coerente para os esforços de todos os personagens. Acho que o Bowser foi o mais fácil de entender suas ambições. Os demais só estavam cumprindo papéis muito vazios, se bastando apenas no que o expectador já traz na memória em relação a eles. Não quero ser tão crítico de um filme que claramente não almejava expor grandes lições ou mensagens profundas, até porque eu gostei de vários elementos, várias cenas e vários personagens que realmente me divertiram, mas como um todo, acho que o filme é uma obra bem mediana.
Não posso dizer que esse filme não alcançou seu objetivo, pois conseguiu adaptar uma franquia de videogames para as telonas de maneira minimamente coerente, principalmente esteticamente falando. Mas, minha experiência não foi tão divertida quanto poderia ter sido se tivesse um algo a mais para dar sustância à trama. Pra mim, o filme tem pontos altos e baixos que se anulam, resultando numa nota média. Para os pequenos deve ser uma aventura bastante colorida e extremamente atraente e talvez possa até ser uma jornada nostálgica se você for dos fãs mais antigos.
Nota do autor:
Gabriel Santana

| Título Original | The Super Mario Bros. Movie |
| Lançamento | 2023 |
| País de Origem | EUA/Japão |
| Distribuidora | Universal |
| Duração | 1h32m |
| Direção | Aaron Horvath, Michael Jelenic, Pierre Leduc |
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