Depois de mais de 10 anos, a sequência, que eu realmente não esperava, de Avatar chegou. Como eu tenho um apreço muito grande pela obra original, minha expectativa estava alta. E pra falar a verdade, eu gostei desse filme aqui. Algumas coisas me agradaram e outras me incomodaram um pouco, mas, no geral, acho que foi uma experiência satisfatória. Além do mais, como seu antecessor, nos aspectos técnicos, esse filme é excepcional.
Essa sequência explora algo que eu realmente esperava encontrar aqui: novos aspectos da natureza de Pandora. Essa era uma das coisas que eu mais queria ver nessa sequência. E nesse sentido, ela me agradou bastante. Novos cenários, novas criaturas, novos perigos e velhos inimigos. Esse último ponto me incomodou um pouco. De qualquer forma, não tinha como fugir muito disso, porém, a forma que foi escolhida me pareceu um pouco forçada. Nada de mais, mas só uma das facilitações que foram utilizadas pelo roteiro. Na trama, a família de Jake Sully, que agora cresceu com a chegada de 4 filhos, precisa enfrentar novamente o Povo do Céu, que retorna a Pandora para objetivos um pouco mais ambiciosos e pessoais. Achei esse filme aqui bem contemplativo em algumas sequências. O que é bastante legal para apreciar as belezas dos efeitos empregados no longa. Se tem uma coisa que o filme é quase impecável, como o antecessor, são os efeitos visuais. Até por isso o filme foi lembrado no Oscar nessa categoria. O roteiro explora novamente a ganancia humana e como somos, muitas vezes, movidos por vingança e ambição. A grandiosidade desse filme é bastante consciente por parte dos realizadores que utilizam em conjunto trilha sonora e planos longos para expor as sequências principais. A trilha sonora foi um ponto de acerto que me prendeu muito bem ao filme. Acredito que a história tenha aberto mais pontas do que fechou na conclusão. Algo de se esperar para um filme de meio de franquia. Não foram esses detalhes que me fizeram deixar de apreciar o filme, mas acho que alguns pontos precisaram ser encaixados de forma mais frouxa do que a maioria. De qualquer jeito, o filme utiliza bastante da estrutura do seu antecessor, com a necessidade de adaptação a um novo ambiente, mudando somente a localidade. Essa fórmula funciona, mas receio que não possa ser mais usada da mesma forma na próxima vez. Uma última inconsistência que me deixou um pouco incomodado, mesmo tendo conseguido imergir bastante durante toda a experiência, foi a irregularidade de alguns acontecimentos que pareceram fugir de uma sequência lógica de causa e consequência. Mesmo assim, o filme me emocionou bastante. Mais pelo apego que eu tenho pelo primeiro do que por construção desse aqui. Acredito que esse aqui foi um recomeço interessante, com uma reapresentação do universo, dos protagonistas e dos inimigos. Levando dessa maneira, o filme alcançou o seu objetivo, mesmo com uma finalização que apresentou, a meu ver, uma queda em relação ao restante do filme. Um outro mérito legal é que em nenhum momento ele me cansou, mesmo com sua duração de 3 horas. Espero que nos próximos filmes existam boas ideias para compor um roteiro consistente que possa explorar ainda mais esse universo e não apenas repetir o que esses dois primeiros longas expuseram.
Como uma obra grandiosa e que pretende se estender, acho que esse filme foi minimamente correto no que pretendia alcançar. Como um fã do primeiro filme, espero que a franquia não caia num limbo de repetição e busque explorar ainda mais desse universo que é, acima de tudo, muito lindo. Não foi dessa vez que James Cameron repetiu seu feito de Exterminador do Futuro 2 e conseguiu fazer uma sequência melhor que a obra original. Espero que ele esteja guardando pros próximos porque eu sou muito apegado ao primeiro longa e não queria ver esse universo sendo jogado fora.
Nota do autor:
Gabriel Santana

| Título Original | Avatar – The Way of Water |
| Lançamento | 2022 |
| País de Origem | EUA |
| Distribuidora | 20th Century Studios |
| Duração | 3h12m |
| Direção | James Cameron |
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