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A Queda [Crítica]

Com um título bem sugestivo, A Queda explora um dos medos mais genuínos do ser humano, o medo de altura. Com uma premissa realmente interessante, o filme conseguiu ser bem “amarradinho” e apresentar uma atmosfera de tensão que me prendeu bem. Por mais que não seja nada de espetacular, conseguiu conectar bem as pontas da trama e foi bem ok em tudo.

Na história conhecemos uma moça que sofre com o luto de ter perdido seu marido numa escalada arriscada. Como ela não conseguiu superar e não lida bem com a perda, mesmo depois de mais de um ano, sua amiga e colega de escalada a convida para um novo desafio pra que ela consiga finalmente se livrar do fantasma da perda e se livrar do trauma de altura que havia desenvolvido. A aventura da vez é a escalada de uma torre de comunicação desativada, porém essa empreitada não dá tão certo. Mesmo sendo meio óbvio que aquilo não daria certo, o roteiro é hábil em gerar tensão dos mínimos detalhes envolvidos na subida e vai gradativamente aumentando a nossa angústia. Além disso, a fotografia e os planos zenitais mexem muito com nossa cabeça, buscando lá no fundo do nosso inconsciente aquele medo de altura inerente a espécie humana. O cenário fantástico só ajuda a aumentar a atmosfera de tensão quando as coisas começam a dar errado. Enquanto as duas amigas passam por problemas, o roteiro desenvolve algumas camadas de drama e, mesmo não sendo nada especial, consegue expor sua mensagem satisfatoriamente, pois todas as pistas para os acontecimentos subsequentes foram plantadas pelo filme no primeiro ato. Na apresentação também são deixadas as respostas para questões que aparecem mais na frente na trama, dando uma sensação de que tudo está bem amarrado. Não que haja nenhum elemento de alta complexidade, mas tudo se explica dentro do que nos foi apresentado. Isso torna a obra mais agradável. O roteiro ainda traz uma certa dose de crítica social aos influenciadores digitais atuais que fazem de tudo para se manterem em alta, até mesmo arriscando a própria vida. Isso fica bem claro na amiga da protagonista que se esforça para agradar seus seguidores, deixando de ser ela mesma e se tornando uma personagem fictícia sem qualquer senso de perigo, o que é facilmente encontrado na realidade. No mais, a trama sempre apresenta algo para não deixar a narrativa ficar atolada no marasmo. Algumas coisas funcionam melhor e outras podem parecer meio estúpidas, mas não estragam a experiência. Pelo menos pra mim isso não aconteceu. Mesmo não tendo uma finalização tão elaborada, o filme se fecha bem e conseguiu ser, pra mim, um entretenimento satisfatório.

A premissa que está até no título do projeto é usada de todas as maneiras pensáveis aqui e não ficou uma sensação de que faltou alguma coisa, a meu ver. O filme se bastou em si mesmo como qualquer longa deveria ser. Isso me fez achar essa obra uma boa realização, principalmente em relação à parte técnica com paisagens de tirar o fôlego, literalmente.

Nota do autor:

Avaliação: 3 de 5.

Gabriel Santana

Título OriginalFall
Lançamento2022
País de OrigemReino Unido/EUA
DistribuidoraLionsgate
Duração1h47m
DireçãoScott Mann

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