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O Sétimo Selo [Crítica]

Até hoje, esse é o filme mais antigo que eu já assisti e, surpreendentemente, minha experiência foi melhor do que eu esperava. A premissa que me conquistou para vê-lo conseguiu me cativar muito bem durante a narrativa e as mensagens do filme funcionaram significativamente comigo mesmo com a distância de tempo de quase 70 anos.

É notório que, devido a idade, algumas coisas logo chamem a atenção no filme como a fotografia preto e branco. De qualquer forma, desde o início, esses detalhes do filme não me incomodaram nem um pouco. E eu consegui me conectar bem à trama que nos apresenta várias ideias interessantes. Seguimos um cavaleiro medieval que está voltando das cruzadas com seu escudeiro e se depara com a própria morte. Enquanto busca encontrar um sentido pra vida e busca descobrir em Deus respostas para seus questionamentos, ele convida a morte para uma partida de xadrez, com o intuito de ganhar algum tempo pra sua empreitada. No entanto, Antonius ainda é atormentando por mais uma questão: a dúvida em relação a existência de Deus. Voltando para casa depois de anos combatendo na “guerra santa”, o cavaleiro Antonius Block e seu escudeiro Jons passam por vilarejos onde encontram personagens peculiares. Mesmo buscando na religião ou mesmo em Deus as respostas para suas dúvidas existenciais, são nas pessoas que ele encontra pelo caminho onde Antonius vê algum sentido para a vida humana. Além do contexto perturbador da Idade Média, assombrada pela peste, os moradores da região ainda estão se sentido condenados ao Juízo Final e deixam escapar seus maiores defeitos numa tentativa de sentir prazer no que restar da vida pra eles. No meio de tudo isso, são expostos questionamentos acerca da igreja e de como ela tratava essa realidade. Seus métodos e suas normas que mais condenam do que redimem os pecadores. A dureza da vida humana é contraposta pelo estilo de vida de um casal de artistas itinerantes que viajam pela região com seu pequeno filho. O cuidado e a singeleza dessas pessoas é o que expõe a beleza da vida para o cavaleiro Antonius e mostra que a simplicidade pode ser a maneira mais feliz de aproveitar a vida. Nada disso faz com que a morte deixe de rodeá-los. E no fundo, esse é outro ponto que o filme aborda: a inadiável realidade dos seres humanos, a morte. Ela está presente em vários elementos e sempre é trazida a tona no que pensamos e fazemos e no filme também é exposta como a responsável por acabar com os sofrimentos e também levar ao grande sofrimento de Antonius: a dúvida da nossa última jornada para a eternidade.

Esse longa foi capaz de me levar por uma jornada que trouxe várias mensagens interessantes e que me surpreendeu ainda mais por eu ter tido um entendimento tão bom dessa obra tão antiga. Os personagens e os causos expostos aqui são muito bem calculados e a direção consegue demonstrar sua linguagem tanto de forma visual, quanto poética.

Nota do autor:

Avaliação: 3.5 de 5.

Gabriel Santana

Título OriginalDet sjunde inseglet (The Seventh Seal)
Lançamento1957
País de OrigemSuécia
DistribuidoraSvensk Filmindustri
Duração1h36m
DireçãoIngmar Bergman

Onde Assistir?
(não oficial)


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