A Viagem de Chihiro [Crítica]

A Viagem de Chihiro é um filme japonês de 2001 que eu sempre ouvi falar bem a respeito. Agora que eu assisti consigo entender bastante disso. Por mais que esse estilo de animação não me seja familiar e até mesmo por causa da idade do filme eu posso não ter absorvido todo o conteúdo possível nessa experiência, mas, mesmo assim, foi uma viagem realmente fascinante e tocante.

O estilo de animação 2D antigo é muito lindo nesse filme. Todos os cenários são muito bem pensados e trabalhados. As cores são lindas e esse estilo, que pra mim já é retrô, funcionou muito bem aqui. As animações são suaves e a parte artística visual é impecável. O estilo da narrativa é que me pareceu menos familiar. A história não vai te dando respostas e te contando todas as explicações. Ela te deixa livre para interpretar e absorver o que você entender da trama. É algo mais subjetivo e pessoal. Acredito que esse é uma das intenções dos criadores. Dessa forma, o filme consegue ser mais intimista e tocante de maneiras diferentes se você conseguir se envolver com a narrativa e não ficar preso a questões superficiais. Logo no começo eu estava tentando entender tudo, cada detalhe e cada coisa que acontecia. A partir de certo ponto eu comecei a me livrar desses questionamentos e comecei a tentar interpretar aqueles elementos do meu jeito. A partir daí eu comecei a absorver vários significados e simbolismos que deram um maior sentido a essa obra. De qualquer forma, esse filme foi um bom exercício para que eu pudesse variar dos filmes de animação ocidentais, que são mais dinâmicos, para um filme oriental, mais contemplativo. Isso realmente me agradou. Por isso, eu vou tentar deixar aqui a minha interpretação dessa trama e expressar quais sentimentos essa obra me causou. É claro que cada um pode entender e absorver os sentidos de maneiras diferentes, mas essa será a minha opinião depois de ser apresentado pela primeira vez a esse longa. Como eu falei, eu comecei o filme tentando achar a explicação para todas as coisas e quando vi que poderia me frustrar, já que o filme não está tão preocupado em dar explicações e sim te passar uma mensagem mais subjetiva, eu comecei a eu mesmo dar as respostas para as minhas perguntas. Dessa forma, eu interpreto a viagem da protagonista, Chihiro, como uma viagem emocional e interna. No momento em que ela está se mudando para “um novo mundo”, ela também vai achar tudo diferente, estranho e perigoso. Por isso ela se sente assustada e perdida. Mesmo assim, ela se mostra capaz de se adaptar e sempre buscar solucionar os problemas que aparecem, mesmo convivendo com a “personificação” de seus medos e inseguranças que vão causando vários problemas em sua vida. Por fim, essa foi pra mim uma grande jornada de amadurecimento que tem o amor como o grande responsável por mudar a visão da personagem a respeito de si mesma e da realidade em que vive. Uma jornada de amadurecimento que dura mais tempo do que parece ter passado no filme e está envolvida por um ar fantástico e extraordinário, mas que pode ser apenas a nova vida da garotinha em um novo mundo, com novos amigos e novas experiências. Tudo isso foi contado de uma maneira deslumbrante, numa animação que tem seus momentos mais contemplativos, mas não deixa de apresentar sequencias mais engraçadas e animadas.

Enfim, essa foi a maneira como eu consegui absorver e entender o que essa animação do início dos anos 2000 teve pra apresentar. Claro que posso ter deixado para trás muitas coisas, até mesmo pelo fato de não ser tão familiarizado com esse estilo. De qualquer forma, minha experiência foi bem positiva e espero encontrar outros filmes interessantes desse gênero que também me transportem por uma viagem mais interior e reflexiva como essa.

Gabriel Santana

Título Original	Sen to Chihiro no kamikakushi (Spirited Away)
Lançamento	2001
País de Origem	Japão
Distribuidora	Studio Ghibli
Duração	2h5m
Direção	Hayao Miyazaki

Onde Assistir?

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