“Vivencie o final épico da era jurássica” – é isso que diz o pôster do filme. Temos aqui uma tentativa fracassada de ser uma versão do famoso “mais e maior” que não deu certo. Com relação a isso temos uma trama sem muito nexo e dinossauros que parecem saber que estão participando de um filme, se é que podemos dizer isso. A única coisa que eu achei grande mesmo foi a duração que é preenchida por uma ação que não emociona e poucas cenas inspiradas.
Tenho que confessar que já não me lembro bem do último filme Jurassic World lançado. Aquele já não era tão legal quanto o de 2015 que nos trouxe de volta esse universo criado em 93 com Jurassic Park. Esse primeiro filme da nova geração, pra mim, foi um belo acerto, pois atualizou o universo muito bem e deixou uma porta para boas ideias que poderiam surgir. Essas boas ideias não apareceram. Por mais que o penúltimo filme já não fosse tão inspirado, ainda me transmitiu mais emoção e me fez não desgostar tanto dele. Esse último não conseguiu me fazer imergir em nada. Nem o universo me impressionou mais. Claro que isso tem a ver com a falta de originalidade, já que já exploraram bastante do universo. Porém, com tantas possibilidades os criadores dessa obra não conseguiram fazer nada minimamente engajante. A trama é tão simplória que eu nem vou resumir aqui. Os personagens não têm um pingo de profundidade, apenas a garotinha, – mas só um pingo mesmo – e o “mais e maior” apareceu aqui de novo com a quantidade de personagens desnecessários. Pelo menos foi isso que eu achei. Além disso, a dinâmica da narrativa é tão óbvia e preguiçosa, com facilitações por todo lado, que deixaram o filme sem emoção. Até mesmo a CG deixou a desejar em alguns momentos. Mas isso não chega a ser o que estraga o filme. A ação tem certos momentos de beleza e só. A química entre os personagens é bem fraca e as escolhas e justificativas da trama são tão fracas quanto. Nada me fez me apegar a história. É difícil me fazer perder a imersão em um filme, mas esse aqui conseguiu. Em certo momento eu estava só observando para onde os personagens iriam correr porque os dinossauros aqui parecem não oferecer perigo nenhum, visto que o roteiro tirou praticamente toda a ameaça dessas feras pré-históricas. A criatividade apareceu na hora de apresentar as mais diversas criaturas aqui. Tem dinossauro Edward Mãos de Tesoura, dinossauro que dá “jump scare”. Tem de tudo. Mas a ameaça que eles poderiam representar e a pegada um pouquinho mais “realista” dos filmes passados foi deixada completamente de lado aqui. Os dinossauros que deveriam ser a maior ameaça do filme foram totalmente “nerfados”. Aliás, praticamente não há ameaça nenhuma no filme. Só são pessoas indo de um lado pra outro. Caramba, esse filme realmente me deixou triste, pois como ele mesmo se intitula, é o final da série. Por mais que demorassem um pouco mais, eles poderiam ter pensado em alguma ideia melhor para finalizar essa série e dar um destino mais interessante pra esse universo.
É uma pena que o fabuloso mundo dos dinossauros tenha acabado com um filme tão simplório mesmo com esforços desesperados para torna-lo um épico final de franquia. Não há nada de épico ou especial aqui. Apenas alguns dinossauros perdidos em cena e uns gafanhotos pegando fogo.
Nota do autor:
Gabriel Santana

| Título Original | Jurassic World – Dominion |
| Lançamento | 2022 |
| País de Origem | EUA/China/Malta |
| Distribuidora | Universal Pictures |
| Duração | 2h27m |
| Direção | Colin Trevorrow |
Onde Assistir?
(aluguel)





Deixe um comentário