Super 8 [Crítica]

Quando eu assisti o vídeo do canal do YouTube do Otávio Ugá sobre esse filme eu fiquei bem interessado com a premissa e me propus a vê-lo. Acabei achando uma experiência bem bacana. Tem seus toques de originalidade e a história cativa com seus personagens interessantes.

O filme segue um grupo de crianças que estão gravando um filme na sua pequena cidade dos Estados Unidos em algum momento dos anos 80 ou 90. Tudo parece tranquilo e pacato na cidadezinha até que ocorre um incidente, coincidentemente, durante uma das gravações do filme dos garotos e eles se veem no meio de uma enrascada que nunca imaginariam. Até aí a história já mostra ser cativante. Seus personagens protagonistas são divertidos e demonstram uma boa conexão de amizade. Só achei um molequinho meio chatinho, mas ele não atrapalha tanto – pode ser só antipatia minha também. A turma parece empenhada na gravação do seu filme e tudo está dando certo até que um trem descarrilha perto do lugar onde os meninos estavam gravando. Aí o filme começa a mostrar suas facetas diferenciais. A partir daí começa a surgir uma atmosfera de mistério e suspense ao redor do que teria acontecido e isso tudo só aumenta quando as coisas começam a ficar estranhas na cidade. O filme vai nos levando pelos pequenos conflitos dos personagens juvenis enquanto prepara terreno para o que virá a acontecer a seguir. O filme demonstra ser bem honesto no que apresenta desde o começo e consegue nos cativar por toda a narrativa. O diretor acerta em não mostrar a ameaça desde o início, deixando-nos com uma curiosidade que aumenta nosso receio pela segurança dos pequenos. Assim, a montagem usa reflexos, vultos e cenas fora de quadro para nos deixar mais incomodados e sem saber com o que eles estão lidando. Os conflitos carregam ainda algumas singelas mensagens sobre o tratamento dos pais com seus filhos, a dor da perda precoce e o amadurecimento das crianças. Tudo isso no meio de uma situação surreal. O longa não perde o ritmo em nenhum momento, a meu ver. Tudo está bem encaixado e na hora correta. Toda a história vai se encaixando e os mistérios que foram deixados são explicados satisfatoriamente. Até que no final temos algo que podemos dizer é um tanto quanto surpreendente. As mensagens e a trama principal se encaixam e a dinâmica da gravação do filme dentro do filme conseguiu dar um bom ponto de partida. Aliás, o nome do filme vem do nome de um tipo de fita de gravação de cinema antigo. No ato de conclusão há uma pequena queda, pra mim, mas que não faz apagar todo o brilho que essa história apresentou. Por mais que não apresente nada espetacular, é honesto e funcional. Uma finalização decente para um filme legal.

Enfim, Super 8 é uma obra divertida e merece uma chance pra você que quer uma diversão despretensiosa em uma historinha interessante e curiosa. O resultado final é satisfatório e honesto em tudo que nos apresenta. Pra mim, foi um filme certamente acima da média, no mínimo, para o gênero e pode ser visto até pelos mais jovenzinhos, pois apresenta uma historinha tocante e divertida.

Nota do autor: