Nostálgico da minha infância, decidi reassistir esse que foi um clássico da Sessão da Tarde. O meu sentimento era de que esse filme era um pouco melhor, mas não foi uma experiência tão boa assim. Realmente o que mais me fez aguentar foi a nostalgia e a recordação daquelas cenas que estavam em alguma parte da minha memória.
O filme pretendia se tornar, provavelmente, uma franquia, porém não teve um desempenho esperado devido a sua realização medíocre. As proposições de haver uma continuação ficam claras durante a trama e até que o universo poderia realmente ser explorado por haver elementos interessantes na mitologia abordada. Enfim, não houve continuação. Apesar de ter alguns elementos interessantes, a abordagem desse longa não foi nem um pouco à altura de uma franquia de sucesso. Começando pelo início, logo vemos que a sutileza para apresentar a história, o mundo e seus personagens passou longe dos envolvidos na produção dessa obra. Tudo é exposto do jeito mais fácil possível. É claro que sendo um universo fantástico precisava ter uma contextualização. Porém, aqui foi tudo cuspido e jogado na cara. Não sobrou nenhum ar de mistério ou suspense ao redor da premissa inicial. Outro ponto errôneo é a tentativa de dar dramaticidade à trama. Os personagens não tem tempo para nos cativar e assim o drama surge do nada e acaba do nada para nós que tentamos acompanhar. O protagonista, em grande parte, gerou pra mim uma antipatia enorme que me atrapalhou na imersão. A trama que guia os personagens é muito fina e sem direção. As batalhas são jogadas ao longo do filme e até que o CGI, pra época, é bem legal, mas a gente não tem perspectiva alguma do que o filme quer nos mostrar. No fim, temos uma batalha final com um pouquinho de emoção, mas sem vida. Os inimigos quase nunca representam um perigo real, pois o protagonista a todo o momento tem a benção do seu dragão e do roteiro que não faz ele aprender com seus próprios erros, mas sim do completo nada. Algumas coisas são enfiadas sem qualquer explicação lógica e de maneira a esperar que nós acreditemos que ele era predestinado ou sei lá o que. É difícil encontrar um personagem minimamente desenvolvido aqui e o que sobra são algumas cenas lindas de paisagens naturais, voos de dragão e algumas lutas minimamente decentes.
É sempre bom dar uma revivida no passado, principalmente para relembrar esses filmes que, de alguma forma, ficam marcados na nossa memória. A experiência foi longe das primeiras vezes que eu vi, mas de uma forma que hoje faz todo sentido. Algo dentro de mim ainda gostaria de ver uma boa adaptação dessa obra e do seu universo mitológico, mesmo que já tenhamos outras obras semelhantes bem mais desenvolvidas.
Nota do autor:
Gabriel Santana

| Título Original | Eragon |
| Lançamento | 2006 |
| País de Origem | EUA/Reino Unido/Hungria |
| Distribuidora | 20th Century Fox |
| Duração | 1h44m |
| Direção | Stefen Fangmeier |
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